RINITE

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A rinite é uma doença inflamatória da mucosa do nariz, que pode ser aguda, quando tem duração de até três semanas, ou crônica, quando se prolonga por mais de 21 dias. Numa situação normal, o nariz cumpre o papel de proteger o pulmão de substâncias tóxicas, já que é a porta de entrada do ar para nosso organismo, barrando o ingresso de agressores ou expulsando-os por meio de suas células ciliadas, cobertas por uma fina camada de muco, que se movimentam com essa finalidade de limpeza e proteção.

 

Outro papel fundamental dessa estrutura é o de esquentar o ar a 37ºC antes que ele chegue aos alvéolos pulmonares, ainda que a temperatura ambiente esteja bem mais fria.

A rinite, no entanto, quebra o funcionamento de todo esse mecanismo, qualquer que seja seu fator desencadeante, determinando sintomas incômodos e, o que é pior, aumentando a predisposição do indivíduo a outras doenças das vias respiratórias superiores, sobretudo a sinusite. Por isso, independentemente de sua causa, a condição merece tratamento especializado.

As inflamações da mucosa nasal são muito comuns em nosso meio. De acordo com a Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, no Brasil, alguns estudos dão conta de que a rinite alérgica, por exemplo, afeta 33% das crianças de 6 a 7 anos e 34% dos adolescentes entre 13 e 14 anos.

 

Causas e sintomas

 

Qualquer que seja o motivo da inflamação da mucosa nasal, a rinite desencadeia espirros sucessivos, coriza cristalina, congestão nasal e coceira, seguida do hábito freqüente de friccionar o nariz – o que é chamado pelos especialistas de saudação alérgica –, podendo ainda ser acompanhada de sensação de ouvido tapado e mesmo de alterações no olfato.

Está certo que as rinites causadas por alérgenos diversos – notadamente os ácaros da poeira doméstica – são muito comuns na população infantil e adolescente, mas ter essa inflamação nem sempre é sinônimo de alergia. Há várias outras causas não-alérgicas que determinam esse quadro. Entre elas, é possível citar infecções por vírus de gripes e resfriados, estresse emocional, medicamentos – como o uso crônico de medicações vasoconstritoras, para desobstruir o nariz –, fatores hormonais, alimentos e contato freqüente com substâncias irritantes.

Um exemplo clássico da combinação de alguns desses fatores é a gravidez, na qual muitas mulheres, em decorrência das mudanças hormonais que experimentam, passam a ter rinite e começam a usar gotas para desentupir o nariz, muitas vezes sob prescrição do obstetra. O bebê nasce, o equilíbrio hormonal volta, mas a mulher não abandona o vasoconstritor tópico e acaba desenvolvendo uma rinite medicamentosa.

 

Algumas alterações anatômicas estruturais também podem provocar sintomas de rinite, a exemplo do desvio de septo, além de obstruções como pólipos e tumores. Vale lembrar que, com exceção da rinite infecciosa, as demais não são contagiosas.

 

Exames e diagnósticos

 

O diagnóstico se baseia na avaliação clínica e otorrinolaringológica do indivíduo, no levantamento de sua história, no conjunto de sintomas e nos resultados de exames complementares.

Entre os recursos diagnósticos usados, merecem destaque a radiografia e a tomografia computadorizada da rinofaringe, que mostram a anatomia da região; a citologia nasal, que analisa as células da mucosa do nariz; o exame bacteriológico, que investiga a presença local de agentes bacterianos; a rinoscopia, que visualiza a cavidade nasal com uma fibra óptica, como ocorre em uma endoscopia; e a rinomanometria, que calcula a resistência nasal ao medir a relação entre fluxo aéreo e pressão intranasal.

Além desses métodos, fazem parte obrigatória da investigação os testes de alergia para a pesquisa de anticorpos inespecíficos e específicos contra alérgenos diversos.

 

Tratamento e prevenções

 

O tratamento tem o objetivo de reduzir o contato da pessoa com substâncias irritantes e/ou alérgenos e igualmente de reduzir a inflamação. Para tanto, usam-se sobretudo antialérgicos e antiinflamatórios da categoria dos corticóides, que, contudo, não dispensam a ajuda de medidas de controle ambiental e cuidados pessoais. As cirurgias ficam reservadas apenas para a correção de alterações anatômicas, como o desvio de septo, para a remoção de pólipos ou tumores e para os casos de rinite crônica em que há aumento das conchas nasais.

As rinites alérgicas podem ser prevenidas basicamente com as mesmas medidas de controle ambiental adotadas em seu tratamento. A vacina antigripe também representa uma boa estratégia para reduzir as inflamações da mucosa nasal decorrentes de infecções das vias aéreas superiores ou mesmo o agravamento dos sintomas de quem apresenta reações alérgicas, devendo ser aplicada anualmente.

Por fim, é fundamental não usar nenhum medicamento sem prescrição médica ou por tempo superior ao recomendado, a exemplo das gotas vasoconstritoras. Por outro lado, qualquer sintoma respiratório constante, ainda que pareça simples ou pouco importante, requer a avaliação de um otorrinolaringologista ou, no mínimo, de um médico de confiança.

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