SINUSITE

OTITE
8 de novembro de 2016
RINITE
8 de novembro de 2016

A sinusite é a inflamação da membrana mucosa que reveste a cavidade nasal e os seios paranasais – ou seios da face –, que não têm uma função muito bem definida no organismo, mas parecem servir para reduzir o peso do crânio e para dar ressonância à voz.

Contudo, o termo mais correto para esse processo inflamatório é mesmo rinossinusite, visto que a rinite e a sinusite são freqüentemente uma doença em continuidade. O fato é que, embora a rinite tenha ocorrência isolada, raramente se observa uma sinusite sem uma rinite anterior.

A rinossinusite pode ser aguda, quando dura cerca de quatro semanas, ou crônica, quando as alterações inflamatórias se prolongam por mais de 12 semanas. Qualquer que seja o tempo de duração, há sempre um componente infeccioso envolvido – na maioria das vezes, uma bactéria. A doença ocorre com muita freqüência na população geral, afetando uma em cada oito pessoas ao longo de suas vidas.

Como qualquer outra moléstia respiratória, a rinossinusite não é de difícil tratamento, mas, pela sua proximidade com áreas nobres, como os olhos e o cérebro, uma inflamação não curada ou tratada de modo inadequado pode causar complicações intra-oculares, como infecção do globo ocular, e intracranianas, a exemplo de meningite. Por isso, qualquer resfriado que não melhore em cerca de cinco dias já constitui motivo suficiente para procurar um otorrinolaringologista ou um médico de confiança.

 

Causas e sintomas

 

A maioria das pessoas com sinusite aguda ou crônica apresenta dor de cabeça, também relatada como pressão na fronte, acompanhada de congestão nasal e da produção de secreção purulenta, muitas vezes com a presença de tosse, mau hálito, dor de dente, diminuição do olfato e sensação de pressão nos ouvidos. Vale insistir que o quadro típico de uma rinossinusite aguda equivale ao de uma gripe ou de um resfriado cujos sintomas persistem por mais de cinco dias ou pioram depois de dez dias.

A inflamação da mucosa dos seios paranasais costuma ser uma evolução de infecções virais das vias aéreas superiores, como resfriados e gripes, e de rinites alérgicas e não-alérgicas. Alterações anatômicas, como desvio de septo e adenóides aumentadas, igualmente causam a rinossinusite com freqüência. Qualquer que seja a origem da queixa, a inflamação produz inchaço, muda a composição do muco e obstrui a passagem do ar, favorecendo a proliferação local de bactérias, que estão quase sempre envolvidas em tais quadros.

 

Exames e diagnósticos

 

O diagnóstico é basicamente clínico e fechado com base na avaliação otorrinolaringológica, na identificação de, pelo menos, dois sintomas da rinossinusite e na história de infecção respiratória persistente por mais de cinco dias ou agravada depois de dez dias.

O valor da radiografia dos seios da face é controverso e discutível para confirmar a suspeita, segundo a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia. Em vez disso, um exame de rinoscopia, que visualiza o interior do nariz com uma fibra óptica, como se faz em uma endoscopia, tem maior utilidade para tirar dúvidas em quaisquer queixas nasais. Já a tomografia computadorizada dos seios paranasais se mostra particularmente útil em casos crônicos ou recorrentes.

 

Tratamento e prevenções

 

O tratamento da rinossinusite aguda ou crônica é feito com antibióticos, que devem ser usados exatamente pelo tempo prescrito pelo médico e não podem ser interrompidos com a melhora dos sintomas.

Como coadjuvante dessa terapêutica, recomenda-se a instilação de solução salina ou soro caseiro no nariz e a ingestão aumentada de líquidos para contribuir com a eliminação da secreção. Dependendo do grau do inchaço da cavidade nasal, o médico também pode recomendar antiinflamatórios da categoria dos corticóides e gotas vasoconstritoras por um período limitado de sete dias. Se o tratamento não tiver sucesso, especialmente nos casos crônicos e recorrentes, o próximo passo é considerar uma cirurgia para restaurar a aeração e a drenagem dos seios paranasais.

É importante ponderar que a piora dos sintomas e/ou o surgimento de febre, fraqueza e mal-estar após 72 horas do início da antibioticoterapia devem ser encarados como uma emergência médica, pois podem ser indícios de que a infecção atingiu o globo ocular e/ou as membranas que revestem o encéfalo – as meninges.

Para prevenir as rinossinusites, há necessidade de combater suas principais causas. Assim, é importante procurar tratamento para rinites alérgicas e não-alérgicas e evitar infecções virais das vias aéreas superiores com cuidados básicos de higiene, como lavar bem as mãos antes de se alimentar e ao chegar em casa, e com a vacina antigripe, que deve ser aplicada anualmente.

Se, contudo, não der para impedir gripes e resfriados, é possível conter o acúmulo de secreção com a instilação repetida de soro caseiro ou solução salina nas narinas, ou seja, várias vezes ao dia. Convém igualmente não permanecer muito tempo sob ar condicionado, que resseca a mucosa nasal, dificulta a eliminação de muco e favorece a proliferação de microrganismos. Já quem possui alterações anatômicas no nariz precisa ser submetido a uma correção cirúrgica para impedir a ocorrência de novos episódios de rinossinusite.

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